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Notas de um Velho Safado

Notas de um Velho Safado
Em Notas de um velho safado, a América tem uma cara de 50 anos, corpo de 18 e desfila de calcinha rosa claro e salto alto na madrugada corrosiva de Los Angeles. A América é um sapatão furioso com uma garra metálica no lugar da mão esquerda e não quer saber de transar com o Velho Safado. A América é uma deusa milionária com a qual ele se casa e da qual amargamente se separa. A América é uma prostituta, 150 quilos, um metro e meio de altura, que peida, uiva e destroça a cama quando goza. A América é também estudantes e revolucionários proferindo discursos inflamados em parques ensolarados de São Francisco no final da década de 60. A América é Neal Cassady dirigindo alucinadamente pelas ruas de Los Angeles, pouco tempo antes de morrer de overdose sobre os trilhos de uma ferrovia mexicana. A América é Jack Kerouac e Bukowski poetando na Veneza californiana. Notas de um velho safado forma um conjunto de histórias excepcionais saídas de uma vida violenta e depravada, horrível e santa. Não podemos lê-lo e seguir sendo os mesmos.

Crônica de um Amor Louco

Crônica de um Amor Louco
Crônica de um Amor Louco é o primeiro dos dois volumes da obra Ereções, Ejaculações e Exibicionismos, do genial escritor Charles Bukowski (1920-1994). Uma jornada pelo universo infernal e onírico do velho e safado Buk – seus personagens desvalidos, seus quartos imundos em hotéis baratos, seus bares enfumaçados na longa louca noite de neon: o sonho americano reduzido a trapos nas ruas desertas da madrugada voraz de Los Angeles, a cidade que Bukowski amava acima de todas as coisas. Este primeiro volume leva o título do filme que o italiano Marco Ferreri realizou baseado nos textos de Bukowski e cuja linha mestra é extamente o primeiro conto do livro, A Mulher Mais Linda da Cidade. Ao narrar a história de Cass, uma bela mestiça que passara a adolescência em um convento, Bukowski mergulha na excitação frenética, na insanidade corrosiva das noites mormacentas e manhãs de névoa poluída da sua amada Los Angeles. Os contos parecem brotar do seu estômago ulcerado, são jogados ao papel entre espasmos de delirium tremens e fantasias alcoólicas disformes. Perto dessas histórias rudes e ríspidas, os contos de outros autores parecem narrativas de colegiais, que nada têm a ver com o mundo da maquinaria, com esse gigantesco cemitério de automóveis que nos envolve e sufoca. Mas, ao mesmo tempo, Bukowski é lírico. Seus contos terminam bruscamente, mas deixam suspensa no ar uma sensação de dignidade e esperança na raça humana.
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