Vale a pena ler O Teorema de Katherine?
Esta resenha foi selecionada para fazer parte da comemoração Shelfie Day da editora educativa Twinkl, com o objetivo de incentivar a leitura no Brasil.
Minha identificação com esse livro foi instantânea, afinal, está para nascer uma pessoa com mais relacionamentos que deram errado do que eu. Ao menos no mundo da ficção, tenho Colin Singleton para dar vida a esse sentimento e a muitas outras coisas que eu e noso protagonista temos em comum.
Para ser bem sincero, essa resenha devia ter sido o primeiro texto do blog, já que foi esse livro em específico que me fez voltar a gostar tanto da leitura e a mergulhar de cabeça no mundo literário.
Sinopse: “Se o assunto é relacionamento, o tipo de garota de Colin Singleton tem nome: Katherine. E, em se tratando de Colin e Katherines, o desfecho é sempre o mesmo: ele leva o fora. Já aconteceu muito. Dezenove vezes, para ser exato.
Após o mais recente e traumático pé na bunda, o Colin que só namora Katherines resolve cair na estrada. Dirigindo o Rabecão de Satã, com seu caderninho de anotações no bolso e o melhor amigo no carona, o ex-garoto prodígio, viciado em anagramas e PhD em levar o fora, descobre sua verdadeira missão: elaborar e comprovar o Teorema Fundamental da Previsibilidade das Katherines, que tornará possível antever, através da linguagem universal da matemática, o desfecho de qualquer relacionamento antes mesmo que as duas pessoas se conheçam.
Uma descoberta que vai entrar para a história, vai vingar séculos de injusta vantagem entre Terminantes e Terminados e, enfim, elevará Colin Singleton diretamente ao distinto posto de gênio da humanidade. Também, é claro, vai ajudá-lo a reconquistar sua garota. Ou, pelo menos, é isso o que ele espera.”
Um protagonista que se parece comigo
Seguindo o padrão de protagonista de John Green, Colin Singleton é um nerd viciado em livros e colecionador de vários conhecimentos aparentemente inúteis. Logo de cara me identifiquei com o protagonista e a leitura fluiu facilmente.
O fato cômico de Colin ter tido 19 namoradas chamadas Katherine, e esse ser o seu problema, logo se conectou com o meu eu que sempre teve um problema com as Lauras e suas complicações. Como eu também vivo levando o pé na bunda, acabei me divertindo mais com essa leitura do que esperava.
Teorema Fundamental da Previsibilidade das Katherines
O Teorema Fundamental da Previsibilidade das Katherines é uma maneira interessante para abordar indiretamente essa nossa constante necessidade de saber ser algo vai dar certo ou não, sem nem ao menos tentar.
Apesar de achar interessante a ideia de poder saber qual a probabilidade de uma relação dar certo, não sei se eu de fato usaria, já que boa parte da minha diversão é experimentar coisas novas e ver o que acontece. Isso que faz minha vida parecer uma novela às vezes e, apesar de reclamar, eu gosto disso.
Algo interessante também é a teoria de que existem “terminados” e “terminantes”, pessoas que levam o pé na bunda, e bem, as pessoas que dão o pé na bunda. De acordo com a teoria de Colin as pessoas tendem a manter um certo equilíbrio entre ser “terminante” e “terminado”, porém algumas estão completamente fora do padrão, como eu.
Eu sou um impostor?
Uma das motivações de Colin para encontrar o Teorema Fundamental da Previsibilidade das Katherines é o fato de as pessoas sempre estarem dizendo que ele é muito inteligente, porém ele mesmo não sente que fez nada de importante além de decorar algumas informações.
Isso se parece muito com uma síndrome do impostor, e com certeza renderia um texto para falar somente disso. Ser levemente acima da média nos estudos pode gerar uma pressão inimaginável. Digo isso porque eu mesmo nunca fiz nada digno de muita admiração, e mesmo assim ouço às vezes que sou inteligente por um total de 0 motivos.
Sempre existe um novo caminho
Como já é costume nas histórias de John Green, sempre existe um amigo e um amor para mudar a vida do protagonista e mostrar a ele novas maneiras de ver o mundo. Lindsey e Hassan cumprem esse papel muito bem, porém ao contrário de Alasca, Lindsey não rouba a história toda para si.
Pouco a pouco nosso protagonista desajeitado, e sempre com um livro em mãos, vai aprendendo outras maneiras de olhar para a vida, e finalmente virar a página. Quebrar o ciclo das Katherines e fazer algo completamente, é uma maneira simbólica de dizer que Colin Singleton passou para a próxima fase da vida, e que agora tera novos desafios.

Acredito muito que esse livro teve um impacto super positivo em minha vida, não só pelo fato de ter me devolvido o hábito da leitura, mas também por ter me feito repensar muitas coisas sobre a minha maneira de ver aprendizados acadêmicos e relacionamentos.
Se você gosta de romances que marcam a passagem da adolescência para ao começo da vida adulta com certeza vai amar esse livro, assim como Colin amava Katherine, e Marcos amava Laura.
Confira outras resenhas na Pousada Nerd
Fazer resenhas de livros que me marcaram sempre me deixa emocionado, então quero sugerir que você confira nossa resenha de Misto-Quente, por Charles Bukowski. Apesar de não ser um romance jovem adulto, acredito que seja um bom ponto explorar leituras diferentes e experimentar novas sensações.
Me despeço por aqui, mas nossa pousada permanece de portas abertas para todos aqueles que quiserem conhecer um novo mundo.
Carinhosamente
Marcos Mariano
Minha relação com John não é lá essas coisas não. Sei lá, nunca consegui gostar ou desgostar de seus livros.
O livro que mais me marcou foi Quem é Você, Alasca? Eu sempre fui fã de obras mais nebulosas e acho que Teorema tem muito senso de humor( e eu sou azeda rs)
Mas sim, valeu a pena ter lido!!!
Beijo
Angela
Olá Angela
Eu também me identifico muito com “Quem é você, Alasca”, tanto que virou uma resenha bem mais profunda aqui no blog.
Acredito que O Teorema de Katherine tenha uma vibe mais leve enquanto o outro trata de temas mais pesados.
Um beijo
http://pousadanerd.com/quem-e-voce-alasca-resenha-com-spoilers/
Caso queira conferir
Acho que o único livro do John Green que li foi A culpa é das estrelas, que eu consegui chorar com o filme e não com o livro.
Já vi gente falando do Teorema de Katherine, mas nunca me interessei em saber mais, mas com a sua resenha, adorei a ideia, quem sabe entre na minha lista interminável de livros a serem lidos.
Embora eu ame ler livros de romance, quando o autor desenvolve todo o desenvolvimento do casal para no final eles não ficarem juntos, eu fico EXTREMAMENTE revoltada.
Acho que estou um pouquinho traumatizada.
Enfim, ótima resenha! Adorei os pontos que abordou sobre o livro.
Obs: ter um blog já é algo a se orgulhar de ter feito *Piscadela*
Olá Bianca
Eu não vi o filme de A culpa é das estralas mas super te entendo, eu chorei litros lendo o livro. Chegou um ponto que eu pausava a leitura do livro porque não conseguia ler.
Acho que O Teorema de Katherine super merece um lugar na sua lista de leitura, ainda mais se você assim como eu gosta de um protagonista nerd que se solta um pouco.
Eu também fico bastante revoltado quando o final não é feliz, eu leio pra ver finais felizes. Se for pra dar errado eu fico com a vida real mesmo rs.
Obrigado, eu só expressei como esse livro faz eu me sentir. Fico muito feliz que tenha gostado.
“Corando após a piscadela”
Um beijo e se cuida