Desenvolvendo o gosto pela leitura
Adquirir o gosto pela leitura é um grande desafio para muita gente, ouço o tempo todo pessoas dizendo que queriam de gostar de ler, mas acham chato, difícil e cansativo. O grande problema na minha opinião é que, temos por cultura o hábito de taxar os livros como objetos quase sagrados de erudição e fonte de sabedoria.
Vejo o tempo todo pessoas “que mais se acham, do que realmente são” cultas e estudiosas dizerem o tempo todo coisas do tipo “ Ah, eu sou enciclopedista mesmo… Só leio história e biografias”, e sempre me pergunto se essa pessoa nunca se diverte, nunca faz nada para se distrair. Pois bem, essas mesmas pessoas atacam a Netflix em busca de filmes e séries, e se deliciam com histórias de ficção até mesmo cheios de dragões e outras doideiras .
O problema é sempre o mesmo, o culto ao papel impresso, a ideia besta de que o livro não pode ser fonte de lazer e distração, e isso começa já na escola, onde nos empurram goela abaixo os clássicos brasileiros, estendendo assim nosso preconceito à literatura brasileira, como se toda a nossa literatura fosse resumida aos clássicos que sofremos para ler no ensino médio, e dessa forma as pessoas seguem torcendo o nariz quando indico um livro de autoria nacional.
Vamos então tentar desenrolar essa história, para o bem daqueles que tentam e não conseguem adquirir o delicioso hábito da leitura. Vou indicar aqui algumas coleções e títulos que penso eu, ajudarão um pouco nessa busca.
1) Coleção “Para Gostar de Ler”

Essa é uma grande coleção, em tamanho e qualidade. Editada nos anos de 1970/1980 tem 46 volumes de crônicas, contos e poesias. Os livros são pequenos e facilmente encontrados em sebos por valores bem baixos “eu costumo comprar por R$10,00, R$15,00 e já adquiri alguns por R$5,00”.
A grande maioria dos volumes reúnem autores nacionais, o que é ótimo para quebrarmos ao mesmo tempo dois tabus, o da dificuldade da leitura e o da chatice da leitura nacional. Pessoalmente gosto mais dos primeiros volumes, recheados de crônicas e contos do dia-a-dia, escritos por grandes nomes como Paulo Mendes Campos, Fernando Sabino, Rubem Braga e Carlos Drummond de Andrade. Cada história é uma pequena pérola de diversão sem compromisso e duvido não alegrar o dia de alguém.
2) Série Vaga-lume

Essa para mim é épica, e acredito ter tido um papel fundamental na minha formação de leitora. Embora já tivesse o hábito de ler gibis e livrinhos infantis, ao chegar no ensino fundamental, o colégio no qual eu estudava exigia a leitura de um livro dessa coleção por mês e como cada série tinha uma indicação de título diferente, no final do ano letivo, não se sabia mais qual livro era de quem.
A minha linda coleção de escola toda velha, torta, amarelada e amassada de tanto ser lida, ainda está aqui comigo e desses não me desfaço, e ainda leio alguns de vez em quando.
A série vaga-lume também é extensa e ainda conta com uma bela coleção chamada Vaga-lume Júnior, trazendo livros voltados exclusivamente para o público infantil.
De 1973 a 2013 são 91 obras ao todo, sendo 69 na vaga-lume e 22 na vaga-lume Júnior.
Desde o seu lançamento, a série passou por quatro reformulações, mas a maioria dos livros ainda hoje tem a mesma ilustração de capa da já clássica primeira edição, o que para os “puristas” da série, eu por exemplo, chega a dar uma emoção, e seria um sonho realizado possuir a série completa na estante.
Vale lembrar que os títulos são exclusivamente de autores brasileiros.
E para os “adultinhos” um recado, não temam, a série não é composta apenas de livros juvenis, podem ir tranquilos no sebo caçar o seu, e se quiserem umas indicações sugiro:
Éramos seis (Maria José Dupré); Cem noites Tapuias (Ofélia Fontes e Narbal Fontes); Meninos sem Pátria (Luiz Puntel); Sozinha no Mundo (Marcos Rey); Tráfico de Anjos (Luiz Puntel) e O Desafio do Pantanal (Silvia Cintra Franco).
3) Claraboia de José Saramago

Ê trem… Agora a bonita vai querer que eu leia um clássico português… tava demorando.
Calma aí galera, eu sei que Saramago é um nome que dá um medinho, talvez por ser difícil, talvez por ser chato e eu meio que concordo, gostei muito do “Ensaio sobre a cegueira” e me apaixonei pela leitura de “Claraboia”, mas confesso que não consegui passar desses, tentei “O homem duplicado” e “Memorial do convento”… Achei chato.
Claraboia em especial está nessa lista justamente pela facilidade e sutileza da obra.
O livro conta a história de pessoas que moram no mesmo prédio, mas nem tem muito contato entre si. A beleza da historia está na simplicidade de seus personagens comuns e mundanos, poderia até dizer pessoas medíocres, mas o autor foi muito feliz ao retratá-los e dar a cada um deles uma personalidade, uma história, emoções e questões pessoais distintas, fazendo com que em cada um, possamos identificar pelo menos uma pessoa que conhecemos.
Enfim, leitura fácil, dinâmica e muito prazerosa. Se joga!
4) Um lugar para Todos de Thrity Umrigar

Exatamente a mesma pegada de Claraboia, talvez eu esteja me repetindo, mas não tem como indicar um sem falar do outro.
Para não correr o risco de escrever exatamente o mesmo que escrevi na indicação anterior, vamos à descrição do Google Books:
“Um lugar para todos acompanha as trajetórias de um grupo de moradores de um bairro de classe média em Bombaim e a forma como sua vida é influenciada pelas mudanças ocorridas na cidade ao longo dos anos. Reunidos para o casamento de um dos residentes mais novos, os mais velhos revisitam as pessoas que eram quando jovens guiados por amores e ideais há muito deixados para trás.
Com sabedoria e compaixão, Thrity Umrigar nos apresenta os homens e as mulheres que cresceram juntos na antiga comunidade de Wadia Baug, como o homem que teve sua vida desintegrada pelo alcoolismo; a velha fofoqueira do bairro; o bem-sucedido advogado, considerado um exemplo para toda a vizinhança; e um comerciante de meia idade que luta para aceitar um casamento ruim e a percepção de que muitos dos seus sonhos jamais se realizarão. Um romance surpreendente a respeito de pessoas notáveis, ao mesmo tempo completamente únicas e tão parecidas com cada um de nós.”
5) Crônica de um vendedor de sangue de Yu Hua

Esse é um livro que dificilmente o leitor de primeiras viagens pegaria na prateleira. Primeiro porque é um livro chinês e o clichê nos faz pensar em kung fu e comida estranha. Mas nada disso meus caros, essa é a história de um pai de família humilde que não mede esforços para cuidar dos filhos, em uma realidade cruel e sem perspectivas.
A leitura é dinâmica e emocionante e ainda por cima nos ensina um pouco sobre uma sociedade onde a vida é ainda mais difícil do que no nosso Brasilzão.
Bom, por enquanto é isso, fica aí a dica. Ao todo acabei de indicar mais de 100 opções para que você consiga apender a gostar de ler e espero que em ao menos um desses você encontre distração e faça uma leitura agradável.
Vanessa Paiva
Fantastic beat ! I wish to apprentice whilst you amend your
web site, how can i subscribe for a blog site? The account helped me a appropriate deal.
I had been a little bit acquainted of this your broadcast provided vivid transparent concept
Hola! I’ve been reading your web site for
a long time now and finally got the courage to go ahead and give you a shout out from
Atascocita Texas! Just wanted to tell you keep
up the fantastic work!